Em depoimento à polícia, suspeito de arrastar com o carro cachorro até morte alega estar bêbado no momento do crime; tutora segue internada após infarto

  • 25/04/2024
O suspeito de ter arrastado com o carro um cachorro até a morte, em Presidente Venceslau (SP), prestou depoimento à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (25). Na ocasião, ele alegou que, na madrugada do dia 18 de abril, horas depois de o animal ter “mordido o seu filho”, de quatro anos, “teria ingerido bebida alcoólica”. 📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado por um dos tutores do animal, de 64 anos, na noite de quarta-feira (17), o rapaz estava com o filho dele na casa da família vizinha, localizada no Conjunto Habitacional Watanabe. Segundo os donos, já era de conhecimento dos moradores do bairro que o cão era arisco, motivo pelo qual reiteraram o alerta para o rapaz, já que ele estava com a criança. Em dado momento, devido a um suposto gesto brusco do garoto, o cachorro, de raça indefinida (SRD), chamado Gabriel, teria avançado na criança, momento em que o pai colocou o braço na frente e acabou sendo mordido. À polícia, o investigado disse que o rosto e a orelha do filho ficaram machucados, e que a própria tutora do cão, de 65 anos, havia feito um curativo no menino, depois de se oferecer para levar pai e filho até a Santa Casa de Misericórdia da cidade para receberem atendimento médico, “socorro que foi dispensado pelo homem”. ‘Não percebeu’ O relato detalhou que, tempo depois, o envolvido ainda teria levado à casa da família vizinha um saquinho contendo carne de peixe, no entanto, as polícias Civil e Militar Ambiental suspeitam que o conteúdo entregue trata-se de carne silvestre, “possivelmente de jacaré”. Ao g1, o delegado Adalberto Gonini, responsável pelas investigações, disse que o material está sendo analisado pela perícia. Já por volta das 2h30 do outro dia, após ingerir bebida alcoólica, o investigado admitiu que abriu o portão da casa da frente e chamou o animal, que respondeu ao comando do conhecido e saiu para a rua. Neste momento, o rapaz teria amarrado uma corda ao pescoço do animal, o colocado dentro do carro, no banco passageiro da frente, e amarrado a outra ponta da corda no freio de mão do veículo. A intenção dele, conforme a Polícia Civil disse ao g1, era levar o cachorro até uma área de sítio, mas, o movimento da Rodovia General Euclides de Oliveira Figueiredo, a Rodovia da Integração (SP-563), pela qual transitava, fez com que o motorista “não percebesse o momento em que o cão pulou pela janela do carro e ficou pendurado pela corda”. O suspeito só se deu conta de que o animal tinha morrido quando parou o veículo, no sentido do bairro Cecap, o deixando lá. “Agora, nós aguardamos o recebimento do laudo da perícia, referente à análise da carne entregue pelo suspeito à família, e também o depoimento da tutora. Após isso, remeteremos o inquérito ao Poder Judiciário”, enfatizou ao g1 Gonini. ‘Confessou e pediu perdão’ No dia seguinte ao ocorrido, a tutora notou que o animal já não estava mais no quintal. Segundo a Polícia Ambiental, ela foi até a casa de uma vizinha e, juntas, se dirigiram até a residência do rapaz, que alegou ter dado o cão para um amigo. Questionado sobre a doação sem autorização da tutora, ele teria confessado que matou o cachorro. Conforme o boletim, a esposa do suspeito declarou que não estava em casa no dia, mas que “o esposo confessou à tutora que havia matado o cão”. Segundo o que informou à Polícia Ambiental, o rapaz “tomou rumo ignorado e, antes de ir embora, disse que procurou um advogado, sendo que, quando fosse intimado, compareceria na delegacia”. Ainda conforme a Polícia Ambiental, o suposto corpo do animal foi encontrado por uma Organização Não Governamental (ONG) no município. Ao g1, o delegado Sthefano Rabecini informou que a tutora do animal tem problemas de coração e, após o ocorrido, precisou ser hospitalizada na Santa Casa de Presidente Venceslau. ‘Companheiro’ Em contato com o g1, Josiane Prates, nora da tutora, disse que a sogra foi presenteada com o cachorro pela neta, após enfrentar uma depressão motivada pela morte do filho. “Ele era como um filho para ela. Sempre muito bem tratado. Até comida no garfo ela dava para ele”, lembrou. Segundo a nora, que visitou a idosa ainda na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para onde foi encaminhada após dar entrada no Pronto-socorro, o rapaz, com quem sempre teve uma relação amistosa, chegou a ir na casa da vizinha “para pedir perdão”. No entanto, em uma dessas ocasiões, acabou sendo expulso por ela. Neste mesmo dia, ela teria ido a um estabelecimento comercial, onde ouviu pessoas dizerem que “o suspeito estava se gabando por ter matado o animal”. Depois disso, sofreu um infarto e precisou ficar internada. Ainda de acordo com a nora, a idosa foi transferida, na manhã da última terça-feira (23), para o Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente (SP), onde fez um cateterismo. Em nota ao g1, o hospital informou nesta quinta-feira (25) que a paciente deu entrada no Pronto-socorro da unidade às 8h24 do dia 23 de abril, “onde foi prontamente atendida pela equipe médica e multiprofissional”. “Neste momento, seu estado de saúde é considerado estável”, pontuou. Também nesta quinta-feira, Josiane Prates informou à reportagem do g1 que a sogra está aguardando a análise dos exames que fez pela equipe médica. “O médico quer saber se precisa do stent coronário. Agora, ela está no quarto de emergência do Pronto-socorro, porque não tem vaga na ala coronariana”, ressaltou. ‘Barbaridade’ Em áudios enviados exclusivamente ao g1 pela nora de Maria Magnalda, tutora do cachorro, a idosa relembrou o dia em que descobriu sobre a morte do companheiro de quatro patas. “Eu achei que ele [suspeito] fosse soltar o Gabriel [cão] em algum lugar. Tanto que, de manhã, quando eu fui na casa dele para saber da mão dele e do menino [filho], eu perguntei para ele onde estava o cachorro, foi aí que ele mandou uma áudio para um amigo, dizendo que tinha deixado o cachorro na casa dele. Aí eu disse: ‘pelo amor de Deus, vamos lá’, e ele respondia: ‘não, deixa ele por lá’. Eu insisti e disse que colocaria combustível no carro dele para ir buscar [...]. Quando ele percebeu que o negócio ia ‘feder’ para o lado dele, ele começou a me pedir perdão e chorar”. Para ela, o pior não foi a morte do cachorro, pois, “mais cedo ou mais tarde, ele iria morrer”, mas, sim, a maneira como o suspeito, amigo da família, fez isso. “A barbaridade que ele fez não tem perdão, não”, concluiu a idosa. Outro lado O g1 entrou em contato com a defesa do investigado, representada pelo advogado Carlos Alberto Toro, mas ela preferiu não se manifestar.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2024/04/25/em-depoimento-a-policia-suspeito-de-arrastar-com-o-carro-cachorro-ate-morte-alega-estar-bebado-no-momento-do-crime-em-presidente-venceslau-tutora-segue-internada-apos-infarto.ghtml


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