Epidemia de dengue afeta adesão à vacinação contra a gripe em grupos prioritários em Campinas

  • 24/04/2024
(Foto: Reprodução)
Pacientes com febre não devem tomar o imunizante, e sintoma é um dos principais da dengue. Após 1º mês da campanha, cobertura está em 26,55%; no mesmo período de 2023, taxa era de 32,45%. Epidemia de dengue influencia baixa procura pela vacina da gripe em Campinas A adesão à vacinação contra a gripe em Campinas (SP) está abaixo do registrado em 2023, e a epidemia de dengue é apontada como um dos fatores para isso. Considerando o primeiro mês da campanha, a cobertura está em 26,55%; no mesmo período do ano anterior, a taxa era de 32,45%. A meta é imunizar 90% da população-alvo. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Dados da Secretaria de Saúde mostram que entre os grupos prioritários, os idosos, gestantes e puéperas (mulheres que tiveram o bebê recentemente) apresentam reduções significativas na cobertura após quatro semanas da campanha. Neste ano, a campanha nacional de vacinação contra a gripe, tradicionamente realizada entre abril e maio, foi antecipada e teve início em março, coincidindo em meio a epidemia nacional da dengue - Campinas, por exemplo, atingiu o pico de casos em uma semana e está perto de uma marca histórica da doença. Na avaliação da Saúde, contribuem para a menor adesão os fatos de equipes estarem mobilizadas no enfrentamento da epidemia, e a restrição de não aplicação da dose em quem apresenta febre, seja ela provocada por dengue ou doenças respiratórias - e é preciso o fim dos sintomas para imunização. Considerando o Painel de Arboviroses da prefeitura de Campinas, 94,7% dos infectados na metrópole apresentaram febre entre os sintomas da dengue. Vacina da gripe em Campinas: veja grupos prioritários e onde tomar o imunizante Chaúla Vizelli, coordenadora do Programa de Imunização em Campinas, orienta que assim que a febre tenha passado, o morador procure um dos centros de saúde para tomar a vacina - não há necessidade de fazer agendamento. "A gente teve 46 casos de internação por influenza, e 90% não tinha registro de vacinação. Muito importante que as pessoas do grupo prioritário tomem a vacina", destacou Chaúla. Aplicação da vacina contra a gripe em posto de saúde de Campinas (SP) Ricardo Custódio/EPTV A vacina é eficaz contra quais vírus? 🧬 A vacina protege contra os principais vírus da gripe em circulação: 👉 Influenza A (H1N1) 👉 Influenza A (H3N2) 👉 Influenza B Quem são os grupos prioritários? 1️⃣ 👉 Idosos (60 anos ou mais) 👉 Gestantes e puérperas 👉 Trabalhadores da área de saúde 👉 Trabalhadores da área de educação 👉 Crianças na faixa entre 6 meses e 5 anos 👉 Pessoas com deficiência permanente 👉 Pessoas com comorbidades 👉 Caminhoneiros 👉 Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo 👉 Trabalhadores portuários 👉 Povos indígenas 👉 População em situação de rua 👉 Profissionais das forças de segurança e salvamento 👉 População do sistema de privação de liberdade 👉 População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos) A vacina é em dose única? ☝ Sim. A única exceção é para crianças que nunca tomaram. Neste caso, elas precisam tomar a segunda dose 30 dias depois da primeira. A meta da Secretaria de Saúde é imunizar 90% do público-alvo de cada grupo. Onde receber a dose? 💉 A vacina está disponível em todos os 68 centros de saúde da metrópole. As salas de vacinação funcionam de acordo com o funcionamento de cada unidade. Veja endereços, contatos e horários aqui. Dengue em Campinas Campinas (SP) se aproxima de registrar a maior epidemia da doença de sua história. Soma 63.357 infectados até esta quarta-feira (24), atrás apenas das 65.754 notificações registradas durante todo o ano de 2015. E a metrópole vive por característica da própria epidemia, o pico da dengue. Tanto que atingiu entre os dias 31 de março e 6 de abril (semana epidemiológica 14), o número de pelo menos 8.084 moradores infectados - atualizado na manhã desta quarta. É o maior volume de pessoas com sintomas e confirmação da doença em uma única semana na cidade em toda a série disponível no Painel de Arboviroses, com dados desde 2012. Ultrapassa, inclusive, o pico anterior registrado na semana epidemiológica (SE) 12, quando havia superado os índices de 2015. O g1 conversou com Fausto Marinho, coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, e o médico epidemiologista André Ribas Freitas, professor da Faculdade São Leopoldo Mandic e membro do grupo de trabalho do Ministério da Saúde sobre a dengue para analisar o cenário da epidemia na metrópole, e o que esperar após o pico. Campinas atinge pico Por característica das epidemias de dengue, o mês de abril concentra o maior número de casos e a expectativa dos especialistas é que Campinas, assim como outros locais do Brasil, após atingir o pico, entre em um platô e registre redução de infectados a partir de maio. Nesse quesito, a questão climática tem muita influência. A chegada dos dias mais frios é responsável pela diminuição da "voracidade" do mosquito, explica André Ribas. "O padrão do nosso outono é justamente de dias quentes ainda, mas com noites um pouco mais frias, e a voracidade do mosquito tende a diminuir. Com o frio, ele diminui a atividade, a taxa de reprodução, e a tendência é que a partir dos próximos meses, ocorra diminuição da infestação", explica. Fausto Marinho conta que vive a expectativa por uma queda mais acentuada das temperaturas, uma vez que a manutenção de dias mais quentes estica a curva de transmissão. "Quando analisamos as curvas passadas, abril é onde a gente tem o pico, entramos em um platô e começa o declínio. Epidemiologicamente falando, agora que tenha atingido o pico, a expectativa é que comece a redução de casos, mas precisamos que esfrie. Com altas temperaturas, o mosquito não diminui a atividade", pondera Marinho. De acordo com o meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri, da Unicamp, não há indicativos de queda acentuada da temperatura, sendo que a tendência é que as temperaturas sigam acima da média para o período nas próximas semanas. DENGUE: com mais três confirmações, Campinas soma 14 mortes pela doença em 2024 Patamar elevado Fausto Marinho destaca que questões relacionadas com o clima já indicavam um potencial de risco de aumento de casos, uma vez que Campinas viveu números de infectados acima do esperado no final de 2023 e a transmissão, assim como em 2015, já começou o ano acelerada. "Se for analisar 2015 com agora, ele segue o mesmo padrão, de começar com um número de casos alto logo no início do ano. Ele segue o mesmo padrão, mas com um volume maior de infectados. É o mesmo desenho da curva, mas com mais casos", destaca Fausto. DENGUE: saiba onde moradores de Campinas testaram positivo e como funciona a notificação de casos O que fazer? André Ribas pontua que no caso da dengue, o trabalho para controle de criadouros, cuja ação depende muito da população, continua sendo a melhor forma de controlar a doença. Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências. No entanto, ações como a soltura de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, já adotada em alguns municípios brasileiros, "é uma alternativa interessante". Campinas manifestou interesse no uso da estratégia, mas o Ministério da Saúde informou já ter definido os locais para aplicação do método em 2024. Diante do interesse da cidade, o governo federal se compromoteu a informar os interessados quando houver a abertura de novos projetos, que dependem, ainda, do aumento da capacidade produtiva da Fiocruz. Fiocruz solta Aedes aegypti com Wolbachia Reprodução/TV Globo O médico infectologista destaca também o uso de vacinas contra a dengue como estratégia que possa surtir efeito nos próximos anos, quando houve uma oferta mais ampla e novos imunizantes disponíveis. "A questão do controle dos criadouro é fundamental, e a vacina vai ajudar, para o próximo ano vai estar mais amplo, este ano foi muito em cima, praticamente não teve um tempo para aquisição grande, além da logística de produção. Acredito que tenhamos novas vacinas aprovadas, existe expectativa também de uma vacina contra a chikungunya, que é mais grave que a dengue", pontua. Hospitalizações e sintomas De acordo com o painel, 2,4% dos casos registrados demandaram internações, tanto na rede pública quanto privada da cidade. Entre os sintomas, febre (94,8%), dor de cabeça (72,3%) e dores no corpo (70%) são as queixas mais comuns de quem testa positivo para a doença na cidade. DENGUE: três sorotipos e orientação do Ministério da Saúde sobre diagnóstico explicam alta nas internações em Campinas DE FEBRE A MANCHAS NA PELE: veja sintomas de dengue mais e menos comuns em Campinas MUDANÇAS NO ATENDIMENTO: Campinas amplia horários de centros de saúde aos finais de semana para desafogar hospitais Vacina contra dengue Roberto Carlos/Secom VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2024/04/24/epidemia-de-dengue-afeta-adesao-a-vacinacao-contra-a-gripe-em-grupos-prioritarios-em-campinas.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. Please Don't Go Girl

New Kids On The Block

top2
2. Strangelove

Depeche Mode

top3
3. Never Tear Us Apart

INXS

top4
4. What's on Your Mind (Pure Energy)

Information Society

top5
5. Just Another Day HQ

Jon Secada

Anunciantes